O que já estava ruim, ficou ainda pior. O escândalo envolvendo fraudes em descontos aplicados a aposentadorias e pensões pagas pelo INSS provocou nova queda na avaliação do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT).
Segundo pesquisas internas encomendadas por aliados e que já chegaram ao Palácio do Planalto, a curva da desaprovação voltou a subir em maio. O percentual dos que consideram o governo “ruim ou péssimo” superou ainda mais o dos que avaliam a gestão como “boa ou ótima”.
“Caiu tudo de novo”, afirmou à colunista Mônica Bergamo, da Folha de S.Paulo, um dirigente do PT, em condição de anonimato. Os dados, ainda não divulgados oficialmente, desanimou o núcleo presencial.
A expectativa é que institutos como Datafolha, Paraná Pesquisas, PoderData, Quaest e Ipec confirmem a tendência em levantamentos públicos nas próximas semanas. Um interlocutor do governo ouvido pela coluna chegou a afirmar que o escândalo do INSS “pode derrotar o governo de vez”.
A operação “Sem Desconto”, conduzida pela Polícia Federal e pela Controladoria-Geral da União, apura um esquema bilionário que envolveu associações e servidores públicos, acusados de aplicar cobranças mensais não autorizadas sobre benefícios previdenciários.
O caso ganhou repercussão nacional e já levou à demissão do então ministro da Previdência, Carlos Lupi, que também é presidente licenciado do PDT. A oposição, por sua vez, articula uma CPI para aprofundar as investigações no Congresso.
No Planalto, o temor é que o escândalo, além de comprometer a imagem do governo, impacte negativamente a base eleitoral em setores mais vulneráveis da população, podendo comprometer por completo o espectro de esquerda em 2026.
