Uma mensagem encontrada no celular do lobista Cliver Fiegenbaum deu início a uma investigação da Polícia Federal (PF) sobre um suposto esquema de desvio de emendas parlamentares destinadas ao Hospital Ana Nery, em Santa Cruz do Sul, Rio Grande do Sul. A verba foi indicada pelo deputado federal Afonso Motta (PDT-RS).
A investigação revelou a existência de um contrato que previa o pagamento de uma comissão de 6% sobre o valor captado por meio de emendas parlamentares. Foram identificados três pagamentos pelo hospital, totalizando R$ 509,4 mil, por serviços de “captação de emendas parlamentares”.
A PF cumpriu onze mandados de busca e apreensão e dois de busca pessoal em Brasília e em cinco cidades do Rio Grande do Sul. Durante a operação, foram apreendidos mais de R$ 350 mil em espécie, sendo R$ 10 mil encontrados com um assessor do deputado. A Justiça determinou o afastamento de dois investigados de suas funções públicas e o bloqueio de valores de contas de pessoas físicas e jurídicas envolvidas.
Em nota, o deputado Afonso Motta afirmou que “nem ele nem o gabinete foram alvos da operação da PF” e que está buscando acesso aos autos para entender o que está sendo investigado.
A operação foi autorizada pelo ministro Flávio Dino, do Supremo Tribunal Federal (STF), que apontou “consistentes indícios do desvio de recursos públicos” relacionados à emenda parlamentar indicada pelo deputado Afonso Motta.
Este caso destaca a prática conhecida como “corretagem de emendas”, na qual consultorias privadas, muitas vezes operadas por assessores ou ex-assessores parlamentares, são contratadas para intermediar a liberação de recursos de emendas para prefeituras e outras entidades.
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