O aumento dos desastres aéreos no Brasil tem sido motivo de preocupação nos últimos anos. Em 2024, o país registrou 148 mortes em acidentes aéreos, um aumento de 92% em relação a 2023, representando o maior número de fatalidades desde 2014. Especialistas apontam que esse crescimento está relacionado ao aumento da demanda na aviação privada, que não foi acompanhado por investimentos adequados em infraestrutura e na formação de pilotos. A falta de fiscalização e normas flexíveis para voos privados também são fatores que contribuem para esse cenário.
Além disso, a escassez de pessoal na Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) compromete a fiscalização eficiente das operações aéreas. Atualmente, a Anac possui apenas 1.237 dos 1.755 cargos previstos preenchidos, o que afeta diretamente a supervisão de empresas, aeronaves e oficinas de manutenção.
A formação de pilotos no Brasil também enfrenta desafios. Embora as companhias aéreas exijam diplomas de nível superior, a legislação obriga apenas a formação técnica, o que pode resultar em uma qualificação inadequada para a complexidade das operações aéreas atuais. Em 2025, até o início de fevereiro, já foram registrados 22 acidentes aéreos no país, resultando em dez mortes. Esse cenário reforça a necessidade de investimentos em infraestrutura, aprimoramento na formação de pilotos e fortalecimento da fiscalização para garantir a segurança da aviação no Brasil.
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