O governador do Ceará, Elmano de Freitas (PT), reconheceu que a segurança pública é o maior desafio de sua gestão, mas enfatizou que o avanço das organizações criminosas é um problema de escala nacional, e não restrito ao estado.
“Infelizmente, a atuação do crime organizado ocorre no Brasil inteiro. Não é um fenômeno de um só estado. A segurança é o tema mais desafiador. Temos inimigos muito poderosos atuando: as organizações criminosas internacionais que estão muito capilarizadas em todo o território nacional”, declarou em entrevista a revista VEJA.
Elmano destacou as medidas adotadas para enfrentar as organizações criminosas e evitar que jovens em situação de vulnerabilidade sejam recrutados pelo crime.
“Temos reforçado nossas tropas e feito várias prisões, desarticulado grupos criminosos. Temos buscado investir na área de inteligência. Entendemos que é importante asfixiar essas quadrilhas. Furtos e roubos diminuíram, mas reduzimos muito pouco os índices de assassinatos no estado. Temos facções disputando território e usando os jovens pobres. Mais de 80% dos homicídios no Ceará são de pessoas que integram essas organizações criminosas”, comentou.
O governador defendeu a atuação integrada dos governos federal, estadual e municipal no combate ao crime organizado. “Defendo sempre que haja uma união do país contra a violência, que os estados possam ter um apoio mais forte do governo federal, do Supremo Tribunal Federal e do Congresso para verificar a questão das leis”.
Por fim, o petista afirmou que a Proposta de Emenda à Constituição (PEC) da Segurança Pública, que prevê, entre outras medidas, a ampliação do papel das Guardas Municipais, não é suficiente para enfrentar o problema.
“Precisamos alterar a Lei de Execução Penal no que diz respeito à progressão de regime de pena para chefe de organizações criminosas, pelo menos.
Sobre as eleições de 2026, Elmano recomendou que o PT "deixe de falar apenas para a bolha", busque alianças com lideranças de ideologia centro-direita e avaliou que, ao acelerar a entrega de obras públicas, o presidente Lula poderá reverter a queda de popularidade e ser reeleito.
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