A disparidade nos preços da gasolina entre os municípios de Nova Russas e Crateús, ambos localizados no estado do Ceará, tem gerado perplexidade entre consumidores e levantado questionamentos sobre a lógica da formação de preços nos postos de combustíveis.
É importante destacar que, embora os estados tenham autonomia para definir a alíquota do ICMS, esse imposto é o mesmo para todas as cidades dentro de uma mesma unidade federativa. Portanto, não há justificativa tributária plausível para que a gasolina seja vendida por R$ 6,62 em Nova Russas, enquanto em Crateús — município vizinho — o mesmo produto é comercializado por preços que variam entre R$ 5,72 e R$ 5,99. Para exemplificar:
• Posto São Cristóvão: R$ 5,73
• Posto Beira Rio: R$ 5,93
• Posto Poty: R$ 5,72
• Posto Único: R$ 5,99
Essa variação levanta uma questão crucial: por que o consumidor de Nova Russas paga até R$ 0,90 a mais por litro? Essa diferença, que pode parecer pequena à primeira vista, representa um impacto considerável no orçamento mensal de famílias e trabalhadores que dependem do transporte motorizado para viver.
A gasolina é um insumo essencial, não apenas para o deslocamento individual, mas também para o funcionamento de serviços, comércio e transporte de mercadorias. O acesso a esse recurso por um preço justo deveria ser uma prioridade regulatória. A ausência de critérios claros e transparentes para as variações entre cidades pode sugerir práticas abusivas, falhas na fiscalização ou até mesmo formação de cartel em determinadas regiões.
Diante disso, cabe aos órgãos de defesa do consumidor e de regulação econômica investigar as razões dessa discrepância e garantir que o mercado funcione com base na concorrência leal e no respeito ao cidadão. O consumidor, afinal, não pode ser refém de uma lógica de preços que carece de explicações convincentes.
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