Manifestações pela redução da jornada de trabalho marcaram a origem do 1° de Maio no Brasil e no mundo. Passados cem anos da instituição da data como Dia do Trabalho, a diminuição da jornada ainda é a pauta principal, com movimentos pelo fim da escala 6x1.
O feriado foi instituído por decreto de setembro de 1924, pelo então presidente Arthur Bernardes, determinando que, a partir de 1° de Maio de 1925, o dia fosse “consagrado à confraternidade universal das classes operárias e em comemoração dos mártires do trabalho”.
Segundo historiadores, essa era uma tentativa institucional de diminuir a força dos movimentos socialistas nas fábricas brasileiras, após a vinda de imigrantes europeus -especialmente italianos e espanhóis- que já tinham histórico de lutas trabalhistas no processo de industrialização de seus países de origem.
De acordo com o professor Ruy Braga, sociólogo do trabalho e docente do Departamento de Sociologia da USP (Universidade de São Paulo), não há como se falar em 1° de Maio no Brasil sem remontar às origens da data em todo o mundo.
“A ideia do 1° de Maio como um dia de protesto de trabalhadores que historicamente reivindicam jornadas de trabalho mais curtas e, ao mesmo tempo, condições de vida e de salário melhores, é algo que remonta ao final do século 19”, diz.
Segundo ele, é preciso voltar a 1866 quando, na cidade de Baltimore (EUA), o Sindicato Nacional dos Trabalhadores (National
Labor Union) realizou um congresso em agosto, definindo que a principal reivindicação seria por uma jornada de trabalho de oito horas diárias a ser instituída por lei.
Anos depois, sem que a jornada fosse implementada, trabalhadores de Chicago organizaram uma greve, em 1° de Maio de 1886, que foi reprimida com violência policial, levando à morte de manifestantes.
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