Três gerentes de agências do INSS no Ceará foram exonerados como parte de uma ampla investigação nacional sobre fraudes em benefícios previdenciários, denominada “Operação Sem Desconto”, deflagrada pela Polícia Federal em abril de 2025. A operação revelou um esquema criminoso que desviou recursos do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) por meio de descontos irregulares em aposentadorias e pensões, afetando milhões de beneficiários em todo o país.
No Ceará, a operação identificou a concessão irregular de 28 benefícios previdenciários, resultando em um prejuízo superior a R$ 3,9 milhões. As investigações apontaram que servidores públicos reabriram processos anteriormente indeferidos para concedê-los indevidamente, utilizando dados falsos nos sistemas do INSS. Essas ações configuram crimes como estelionato previdenciário e inserção de informações falsas em sistemas informatizados, cujas penas podem chegar a 18 anos de prisão .
Além do Ceará, a “Operação Sem Desconto” teve alcance nacional, com cumprimento de 211 mandados de busca e apreensão em 13 estados e no Distrito Federal. A investigação resultou no afastamento do então presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, e na apreensão de bens e valores que somam cerca de R$ 1 bilhão. Estima-se que mais de 9 milhões de beneficiários tenham sido lesados por descontos indevidos desde 2016, totalizando um prejuízo de aproximadamente R$ 8 bilhões .
Em resposta às descobertas, a Controladoria-Geral da União determinou a paralisação de todos os descontos feitos por associações nos benefícios previdenciários e a retenção dos valores que seriam repassados em maio. O governo federal também iniciou discussões sobre um plano de ressarcimento para os beneficiários afetados pelas fraudes. l
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